Na Natureza – A erva verdejante curvada sob o peso das gotas do orvalho. Cada uma se apoia na seguinte, na tentativa de não deixar escapar o líquido fresco. Apertando-se umas contra as outras, retêm mais do que a água, retêm a vida que quer fugir dos seus dorsos, e escorrer para a terra sequiosa. Cedo os seus corpos estarão na horizontal, incapazes de se erguer, mas a vida não lhes irá escapar! A terra é aliada.
Nos Animais – A teimosa fuga para a luz intensa, mesmo que esta consuma tudo em seu redor, incluindo o seu corpo de borboleta. O calor abrasa a sua capacidade de voar, e fá-la cair a pique em direcção ao solo que a aguarda com um abraço frio que não é capaz de apaziguar o ardor que sente. E tudo se apaga ainda em plena queda...
No Homem – A loucura de não conseguir controlar impulsos selvagens determinados por forças superiores à própria vontade. O ter tudo e não saber o que fazer com tanto. O não ter nada, e saber que isso dificilmente irá mudar. As lágrimas no olhar, as batalhas inglórias, as perdas sem retorno, as vitórias amargas...O sangue quente na terra fria.
A vida pesa...e nem todos sabem suportar.
P.S. Parabéns Pai!!!:)
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