Thursday, November 13, 2008

Quando...


Quando o dia acabar e a noite não se despedir.
Quando nem os mochos se regozijam pela escuridão eterna e os cágados não sabem por onde vão.
Quando os grilos enfim cessam o seu cântico monótono e repetitivo, e não há andorinhas a voar em rasante.
Quando a água já não escorre límpida e fresca, e as frutas apodrecem ainda nos ramos que lutam para não as deixar cair no solo pútrido.
Quando já não formos mais que seres esquálidos e sem rumo, e o outro não significar mais que um corpo abjecto e inconveniente.
Quando este dia chegar, saberemos que estamos na direcção do fim.

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