Thursday, February 26, 2009

Chuva em câmara lenta


Gotas que caem lentamente, pesando nas pétalas frágeis e imaculadas. Água que sacia e arrefece o calor dos corpos que jazem pela relva cortada de fresco. Pingos estagnados em cílios negros impedindo os olhos de abrir, para enfrentar a borrasca. A cavidade negra com rasgos de marfim, aberta para deixar inundar os orgãos nesse líquido precioso. Cada fio de cabelo ensopado até à origem...
Mas eis que um raio de luz se esforça por atravessar os montes de algodão, penetra na penumbra e seca a pele. É tempo de abrir as janelas e deixar entrar apenas o calor.

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