Monday, August 24, 2009

Noite de Verão


Se ainda subsiste algum cepticismo nas mentes mais néscias, sobre a perfeição do Cosmos, da Terra, basta esquecer as agruras do dia a dia e ir para a rua. Numa fresca e estrelada noite de Verão, olhar o céu pode acordar-nos da dormência, da insignificância das nossas preocupações, da nossa vida pequena e tão igual a tantas outras. Não há altura melhor para nos apercebermos da nossa pequenez, senão quando nos deparamos com a grandeza do universo, ou com a excelência daquilo que nos foi deixado por antepassados longínquos. E não há mal nenhum apercebermo-nos de que somos verdadeiramente pequenos. Isso poderá significar que passaremos a ter uma visão diferente da vida, mais ligada ao que é importante.
Estamos num lugar tão perfeito, e na maior parte do tempo não conseguimos desligar-nos do chão. Não conseguimos olhar para cima e abstrair-nos da nossa parte terrena e débil.
Numa noite de Verão a perfeição vem em escassos segundos, tão escassos que a exclamação “Olha!” se torna demasiado longa. A perfeição vem ainda pelo calor da mão que segura a nossa, e que também olha lá para cima com um brilho nos olhos.

Dedicado à pessoa que segurou a minha mão...

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